
A Justiça do Amazonas decidiu não decretar a prisão da médica Juliana Brasil Santos, investigada pela aplicação de uma dose de adrenalina diretamente na veia do menino Benício Xavier de Freitas, de apenas seis anos. A decisão ocorreu após a defesa apresentar um vídeo que, segundo a médica, indicaria uma falha no sistema de administração de medicamentos do Hospital Santa Júlia, em Manaus.
De acordo com o delegado Marcelo Martins à CNN, o TJ-AM concedeu habeas corpus à profissional ao concluir, preliminarmente, que não teria havido erro na prescrição médica. O vídeo entregue pela defesa mostra o sistema do hospital alterando, supostamente de forma automática, a via de administração do medicamento, argumento usado para afastar a responsabilidade direta da médica.
Delegado contesta a versão
A tese apresentada, porém, não convenceu a Polícia Civil. O delegado afirma que, nas visitas realizadas à unidade de saúde, a equipe verificou o funcionamento do sistema e não encontrou o defeito alegado.
Para esclarecer o caso, a Polícia Civil aguarda agora uma perícia técnica completa no sistema utilizado pelo hospital. O objetivo é verificar se o vídeo corresponde à realidade ou se foi manipulado. “Se a perícia comprovar que esse vídeo é um vídeo que traz uma informação falsa, ficará ali comprovado que o Tribunal de Justiça foi enganado pela defesa da médica Juliana Brasil”, afirmou o delegado.
Caso ganhou repercussão
A morte de Benício após receber a medicação de maneira incorreta provocou grande comoção e abriu debate sobre possíveis falhas de segurança no ambiente hospitalar. O episódio também levantou questionamentos sobre a responsabilidade dos profissionais envolvidos e a necessidade de aprimoramento dos protocolos de administração de medicamentos.


