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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) expediu novas recomendações a órgãos públicos e privados sobre a observância da instrução técnica n° 46/2024 do Corpo dos Bombeiros, que trata do limite máximo de pessoas em cima dos trios elétricos. A decisão foi anunciada na última terça-feira (21), durante uma reunião com agentes do Carnaval e o Corpo de Bombeiros, e visa impedir a superlotação dos equipamentos para evitar acidentes na avenida.
O documento, de autoria do promotor de Justiça Pablo Almeida, solicita informações sobre a fiscalização do cumprimento da instrução técnica e medidas para garantir a segurança dos foliões nos trios à Empresa Salvador Turismo (Saltur), Defesa Civil de Salvador (Codesal), Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), produtoras, blocos e entidades carnavalescas.
“O MP está disposto a colaborar com todos vocês, no sentido de que seja proporcionada a melhor festa para o folião”, disse Audo Rodrigues.
Peça fundamental no Carnaval de Salvador, a capital baiana conta com aproximadamente 500 equipamentos, entre trios e mini trios, de acordo com um levantamento feito pelo presidente da Associação de Blocos e Trios, Washington Paganelli, que também é presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar).
Alguns trios, como o Dragão, por exemplo, no qual Durval Lelys desfila, tem capacidade para 200 pessoas, de acordo com o proprietário do equipamento em entrevista ao Bahia Notícias.
Irmão, empresário responsável pelo Dragão (Durval Lelys) e pelo Joia (Bell Marques), ainda falou sobre a superlotação dos trios e a importância da fiscalização.
“É importante lembrar que não é uma falha do artista. É obrigação do contratante entregar o serviço bom. Eu já estou aqui no galpão com a equipe toda de manutenção, tudo em dia. Infelizmente pode ocorrer um problema? Pode. Mas a precaução foi feita”, diz Irmão que não faz vista grossa para a situação.
Para 2025, Paganelli afirmou ao BN em novembro do ano passado que a folia terá uma redução de equipamentos na avenida, já que o estacionamento na Graça não estará mais disponível. O Circuito Dodô (Barra-Ondina), será mais afetado com a redução.
“Para você ter uma ideia, no ano passado nós tivemos 44 equipamentos na Barra, entre trios e carro de apoio. Esse ano nós vamos ter 24. Essa redução é justamente para ter mais conforto para o folião e para o trio elétrico também, mas também porque a gente não tem mais espaço. Quando sai da Barra, 15 horas, 16 horas, eu já tenho que estar com toda a fila lá arrumada. E eu só tenho espaço no Porto da Barra até o Farol para 24 equipamentos”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente do Comcar, a fiscalização feita no Parque de Exposições será ainda mais rígida, e que os trios terão que sair já prontos para desfilar, sem nenhum tipo de adição de equipamento.
Segundo Isaac Edignton, presidente da Saltur, a redução de equipamentos se fez necessária para que haja mais fluxo, mas, ao mesmo tempo, com qualidade de apresentações, com qualidade, sobretudo, do funcionamento, do trânsito entre um circuito e outro.
Na reunião promovida pelo MP-BA a Saltur apresentou aos promotores de Justiça o ‘Masterplan do Carnaval’, que traz as diretrizes que norteiam a gestão do evento, abrangendo aspectos relacionados à infraestrutura, logística, segurança, trânsito, postos operacionais, fiscalização, saúde, tecnologia, entre outros.