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O Tenente-Coronel Elbert Vinhático, Comandante do BEPE, foi o convidado da 14ª edição do Podcast BN na Bola. Dentre os temas abordados, foi falado sobre o atentado realizado por membros de uma Organizada do Bahia ao ônibus do clube. Elbert falou sobre o ocorrido, e sobre um fato estranho que percebeu antes do início da partida.
“Era um jogo de 1.500 pessoas [limitação de público devido à pandemia], nós não tínhamos muita sinalização do que poderia acontecer. Só que, no dia, algo me estranhou. Nesse mesmo dia, em Feira, teve um jogo entre Bahia de Feira e Coritiba, pela Copa do Brasil, e todas as lideranças da Bamor foram para Feira de Santana. Achei muito etranho, tem um jogo aqui, do Bahia e as lideranças foram para lá”, disse
“Aí surgiu esse fato, estávamos fazendo a escolta normalmente, e aí escutamos a explosão e eles arremessaram um rojão. Depois, eu conversei com um dos que jogaram – porque eles estão frequentando o estádio, eu sei quem são todos eles -, e ele disse que não foi a intenção. Eu disse a ele ‘para mim, você estaria banido do futebol’. Foi um negócio impressionante, o artefato pegou no ônibus de um lado e saiu do outro lado.”
O comandante também citou como a inteligência trabalhou para achar os responsáveis pelo ato.
“Falei com a inteligência, e durante o jogo já estávamos trabalhando na identificação dos infratores. Na madrugada, já sabíamos o que tinha acontecido. Eles pegaram um carro, que pertencia ao presidente da organizada e saíram junto a outro carro, que pertencia ao diretor da organizada. Estavam desde cedo na região do Bonocô, mais ou menos às 16h30. Esconderam o carro, e ficaram do outro lado da pista monitorando o percurso do ônibus. Quando o veículo passou, eles arremessaram o artefato e, junto ao artefato, arremessaram pedras”.
“Essas pessoas continuam frequentando o Estádio. Para mim, tirar faixas, bandeiras e materiais, são ultrapassadas. A extinsão não é o caminho, inúmeras torcidas ao redor do Brasil foram extintas e voltaram com nomes diferentes [citou exemplos das torcidas do Palmeiras, Fortaleza, Sport e até a própria Bamor, que quando punida alterou o nome]. Quando você extingue, eles ficam anônimos, e nós ficamos sem informações para a realização da Operação Policial. A extinção piora, pois ficamos sem ter com quem falar”, comentou.
“Para minimizar esses fatos, a punição nos dá um retorno muito positivo”, finalizou.