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As fortes chuvas que atingiram Ipatinga, no Vale do Aço de Minas Gerais, na madrugada deste domingo (12), deixaram um rastro de destruição e tragédia. Ao menos nove pessoas, incluindo duas crianças e dois idosos, morreram em decorrência do desabamento de casas. Uma pessoa segue desaparecida, e cerca de 150 estão desalojadas, segundo informações do prefeito Gustavo Nunes (PL).
Na cidade vizinha de Santana de Paraíso, uma vítima resgatada após o desabamento de uma casa não resistiu e faleceu no hospital.
O bairro Bethânia, um dos mais atingidos, registrou 204 milímetros de precipitação apenas durante a madrugada, agravando um cenário já comprometido por semanas de chuvas contínuas. “A chuva das últimas horas, somada à precipitação acumulada do último mês, deixou a terra saturada, causando deslizamentos em vários bairros”, explicou o prefeito durante coletiva.
Diante da gravidade da situação, a prefeitura de Ipatinga declarou estado de emergência por seis meses. O estádio municipal foi transformado em abrigo para os desalojados e está recebendo doações de água mineral, alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza.
O prefeito Gustavo Nunes anunciou que um decreto será publicado nesta segunda-feira (13) para permitir o pagamento de um salário mínimo às famílias atingidas, conforme os critérios estabelecidos por lei.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade também foi afetada pelas chuvas, sendo inundada por água e lama. Pacientes precisaram ser transferidos para o hospital municipal de Ipatinga.
As operações de resgate contam com 67 militares, 16 viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, além de equipes da Defesa Civil. O governador Romeu Zema (Novo) deve visitar Ipatinga nesta segunda-feira (13) para acompanhar as ações de assistência às vítimas.
Zema manifestou solidariedade às famílias e declarou que o governo estadual está mobilizado para prestar apoio.
O prefeito destacou que a ocupação irregular de áreas de risco há mais de 60 anos contribui para os danos causados por deslizamentos e desabamentos. Ele pediu que os moradores das áreas afetadas não retornem às residências e alertou para a previsão de mais 40 milímetros de chuva até a manhã de segunda-feira.
Sobre a falta de alertas prévios, Nunes afirmou que a intensidade das chuvas pegou a população de surpresa, já que o pico ocorreu por volta das 3h da manhã. Ele citou que, em alguns bairros, moradores conseguiram sair das casas antes de os desabamentos ocorrerem.
Segundo boletim da Defesa Civil de Minas Gerais divulgado na última sexta-feira (10), 13 pessoas já haviam morrido no estado neste período chuvoso, que ocorre entre setembro e março. Com a tragédia de Ipatinga e Santana de Paraíso, o número de vítimas deve ser atualizado nos próximos dias.