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Entregue à própria sorte. Assim está o município de Utinga, região da Chapada Diamantina. O único delegado da cidade está afastado há cinco meses por problemas de saúde e não deve voltar, pois teria pedido a aposentadoria.
E não é só isso. Há mais de um ano que não há escrivães e investigadores na delegacia, que está praticamente fechada – só abre quando um delegado de outra unidade chega, de 15 em 15 dias. E há outro problema: só há dois policiais militares por plantão para garantir a segurança dos 16 mil habitantes.
Há uma semana, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas, após um tiroteio na feira livre. Em abril, um homem foi executado na praça. Apesar de a Secretaria de Segurança Pública dizer que houve a redução de 40% nos homicídios entre o 1º semestre de 2023 e 2024, o prefeito da cidade Joyuson Vieira rebate: “Mas não houve elucidação dos casos. Isso só estimula a criminalidade”. E assim, Utinga continua ao Deus dará.
Em resposta, a Polícia Civil informou em nota que a Delegacia de Utinga “está em pleno funcionamento das atividades, com um escrivão e um investigador, e o coordenador regional da 12ª Coordenadoria de Itaberaba está respondendo pelo expediente, pois a titular da unidade está de licença médica há 30 dias”. Ainda segundo o órgão, o delegado Geraldo Adolfo Barreto Nascimento, que coordena a 12ª Coorpin, está à frente das investigações do crime ocorrido na feira livre.