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Um estudo brasileiro identificou a presença de alto teor de álcool nas formulações de algumas marcas de pães de forma mais consumidas pelos brasileiros. Segundo a Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, responsável pela pesquisa, a avaliação testou 10 marcas líderes de vendas: Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zeros, Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys, Wickbold, Plusvita e Pullman.
As análises constataram que 60% dos produtos de alta representatividade no supermercado seriam considerados alcoólicos caso houvesse uma legislação similar para essa categoria. Apenas os produtos Pulmann e Plus Vita foram aprovados em todas as avaliações realizadas.
É de conhecimento público que a fabricação de pães envolve fermentação, onde os açúcares da massa são transformados em álcool etílico e gases. Grande parte desse álcool evapora no forno, porém algumas indústrias diluem conservantes na substância para evitar o mofo e garantir a integridade do pão. Tais aplicações, se exageradas, resultam em teores elevados de etanol no produto final.
Segundo o relatório da Proteste, é possível supor que consumir apenas duas fatias das amostras analisadas das marcas Visconti, Bauducco e Wickbold 5 zeros, poderia resultar em uma leitura positiva no bafômetro. Uma vez que, de acordo com índices do DETRAN, a quantidade segura de álcool no organismo seria abaixo de 3,3g.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo anual de 60 kg de pão por pessoa, equivalente a 6 fatias diárias, e, levando em conta a amostra analisada, isso pode ser considerado uma grande quantidade de álcool no sangue.
Quando observados alguns grupos específicos, como grávidas e lactantes, é preciso que eles tenham consciência e conhecimento que alguns produtos contêm álcool. A ingestão contínua em doses altas pode causar problemas de memória e desenvolvimento, como a síndrome alcoólica fetal (SAF).
A análise aponta ainda, que se os produtos Visconti, Bauducco, Wickbold 5 zeros, Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys e Wickbold fossem medicamentos fitoterápicos, seriam considerados dignos de advertência alcoólica, caso houvesse uma legislação similar para esta categoria, uma vez que ultrapassam níveis de dose de álcool permitida para crianças.
A empresa enviou um ofício com os resultados do teste para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sugerindo estabelecimento de percentual máximo de álcool (por exemplo, 0,5% pelos balizadores apresentados no relatório) e a programação de ações de fiscalização quanto aos teores de agentes conservantes anti-mofo e o teor de álcool, após a regulamentação.