a tarde
Alexandre Nardoni, condenado pela morte de sua filha Isabella Nardoni em 2008, registrou uma microempresa individual (MEI) com foco na promoção de vendas, um mês após deixar a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
A comprovação de uma ocupação lícita era uma das condições impostas pela Justiça para que ele pudesse cumprir o restante de sua pena em liberdade, tendo um prazo de 90 dias para cumprir essa exigência.
Além da abertura da empresa, a defesa de Nardoni apresentou à Justiça um contrato entre a microempresa e a empresa de seu pai, localizada em Santana, na Zona Norte de São Paulo. Segundo o g1, Alexandre trabalhará como promotor de vendas de apartamentos novos e usados, além de supervisionar obras da construtora do pai, com a possibilidade de trabalho presencial ou remoto.
Conforme o contrato, Alexandre Nardoni deverá trabalhar de segunda a quinta-feira, das 8h às 18h, e nas sextas-feiras, das 8h às 17h, recebendo um salário mensal de R$ 2,5 mil. O documento foi assinado por Alexandre e seu pai, com a esposa de Alexandre, Anna Carolina Jatobá, como testemunha.
Alexandre Nardoni foi solto no dia 6 de maio, após a Justiça conceder a progressão para o regime aberto. O juiz José Loureiro Sobrinho, ao conceder a progressão, destacou que Nardoni já havia cumprido o tempo necessário para o benefício, apesar das objeções do Ministério Público.
De acordo com a Lei de Execuções Penais, Nardoni teve sua pena reduzida por trabalho e estudo na prisão. A cada três dias de trabalho, um dia de pena é reduzido, e 12 horas de estudo também diminuem um dia de pena. Ele obteve a redução de mais de dois anos de sua sentença com pedidos de remição, incluindo 96 dias eliminados em 2023 por trabalhos e leituras, como a obra “Carta ao Pai” de Franz Kafka.
Relembre o caso
Isabella Nardoni, de cinco anos, foi assassinada em 29 de março de 2008, ao ser jogada pela janela do sexto andar do prédio onde vivia com seu pai e madrasta. O caso teve grande repercussão no Brasil. A Justiça concluiu que Isabella foi agredida e arremessada, e embora Alexandre Nardoni e Jatobá neguem o crime, foram ambos condenados pelo homicídio.
Nardoni foi condenado a mais de 30 anos de prisão em 27 de março de 2010, pelo homicídio. Inicialmente, cumpriu pena em regime fechado. Em abril de 2019, progrediu para o regime semiaberto, obtendo direito a saídas temporárias anuais.