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Apesar de maior interesse da população após o caso de transplante de coração do apresentador Faustão, a doação de órgãos ainda é um desafio na Bahia. A taxa de negativa familiar é alta, variando de 60% a 70%. Sendo setembro o mês de incentivo a doação de órgãos, a campanha “Setembro Verde”, o estímulo a doação foi assunto do seminário realizado, ontem, pelo Conselho de Saúde do Estado, no auditório Lúcia Alencar da Secretaria da Saúde do Estado.
“O Brasil tem 40% a 45% negativo familiar. Se você não esclarece a sociedade, ela não entende o processo e não autoriza a doação”, pontua Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes.
“Queremos causar essa sensibilização da população para a importância de fazer a declaração de ser um doador. Há também que quebrar um pouco o preconceito que as pessoas têm de doar”, afirma Marcos Sampaio, presidente do Conselho de Saúde do Estado.
“É favorável também o momento porque a gestão está fazendo o transplante talvez a pauta prioritária da secretaria antes de tudo isso acontecer. Reconhecemos que a Bahia já era para ter zerado a fila de córnea, mas temos o compromisso de zerar em seis meses. Também vamos retomar o transplante cardíaco”, destaca a diretora de Atenção Especializada da Sesab, Maria Alcina.
Na Bahia, a fila de transplantes tem cerca de 3.000 pessoas. O tempo de espera depende da gravidade e doadores compatíveis, chegando a 2 e 4 meses a 1 e 2 anos. Neste ano, entre janeiro e junho, foram 4.247 transplantes no estado. Deles, 2.847 foram de rim, 1.103 de pulmão, 208 de coração, 32 de pulmão, 56 de pâncreas e um transplante multivisceral. Nos tecidos, foram 7.868 transplantes de córnea.
Para o Sistema de Transplantes do Estado, ainda é necessário implantar serviços em unidades públicas na escala estadual e de referência para os mais diversos transplantes. A meta é regionalizar os transplantes. No sul do estado, rim e córneas; sudoeste: córneas, fígado e rim; extremo sul e oeste: córneas; norte: rim, córneas e medula óssea.