Reprodução/ Google Street View
Duas mulheres que estão entre as 9 vítimas da chacina de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), tentaram prestar auxílio ao adolescente de 12 anos que sobreviveu ao crime, mas que acabou sofrendo queimaduras graves após o imóvel onde ele e sua família estavam ter sido incendiado por quatro homens.
Segundo informações da Polícia Civil, o adolescente se escondeu em um dos cômodos e, posteriormente, procurou ajuda junto aos seus vizinhos enquanto o restante de sua família estava sendo assassinada. Ele bateu em diversas casas, contudo, somente duas mulheres abriram a porta da residência delas para acolhê-lo, momento em que foram mortas a tiros pelos criminosos.
As identidades das vítimas não foram reveladas pela instituição, assim como parentesco entre elas. “Verdadeiras mártires”, classificou a delegada Christhiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (29)
As autoridades policiais estão tratando a chacina como um crime passional, motivado por ciúmes. Isso se deve ao fato de que a irmã do adolescente sobrevivente mantinha um relacionamento amoroso com o autor do crime, que nutria ciúme em relação ao seu ex-parceiro, um homem conhecido pelo apelido de Preá, uma das vítimas da chacina.
Preá aparentemente era o alvo principal dos criminosos e foi morto enquanto estava na residência de sua ex-sogra, de prenome Cristiane, que também foi assassinada. Preá e Cristiane estavam na mesma casa, na companhia de quatro filhos delas, além de dois adultos ainda não identificados e um bebê que possui cerca de dois anos. De todos eles, apenas o adolescente de 12 anos e o bebê sobreviveram. A criança, que também não teve o seu parentesco informado com as demais vítimas, foi resgatada pelo pai após o crime.
Preá e o autor da chacina também tinham outra coisa em comum: faziam parte da mesma organização criminosa. O suspeito do ataque agiu na companhia de outros três homens. Na madrugada desta terça, ele foi localizado por policiais militares nos fundos de uma residência, na zona rural de Mata de São João. O grupo trocou tiros com a polícia e o mentor da chacina foi morto, assim como um comparsa. Um outro suspeito foi preso e um fugiu.
A Polícia Civil não sabe precisar se as vítimas que estavam na casa incendiada foram mortas a tiros antes de terem seus corpos consumidos pelas chamas. Apenas o laudo da perícia técnica pode confirmar a dinâmica do crime, como ressaltou a delegada.
“A motivação foi a passionalidade combinada por disputas internas pelo controle do tráfico pela mesma organização criminosa, mas é bom frisar que, a principal motivação do crime foi a passionalidade. Estamos trabalhando com um crime passional, as diligências permanecem até a remessa dos autos à Justiça”, comentou a diretora do Depom.