Bocão News
Uma motorista de van escolar viu seu instrumento de trabalho destruído após uma ação criminosa. O veículo, adquirido há 9 anos, foi completamente destruído por chamas na madrugada do último dia 7 de agosto. Ao BNews, Isabel Meneses, carinhosamente chamada pelas criança por Tia Bel, relatou a tristeza e a vontade de virar o jogo depois do acontecimento.
A moradora de Pernambués contou ao site que trabalha com transporte escolar há 22 anos. Formada em pedagogia, pediu demissão para percorrer pelo bairro do Cabula, em Salvador.
No dia do crime, Isabel foi acordada por sua filha, por volta das 3h da manhã, que avisou que a van estava pegando fogo. Ela acredita que suspeitos tentaram ligar o veículo por ligação direta e bateram no muro da vizinha. Com a tentativa falha, a motorista aposta na suspeita de que um curto circuito causou o fogo. A Polícia Civil, no entanto, não informou se incêndio foi causado pelos criminosos.
A família chamou o Corpo de Bombeiros, que conseguiu conter as chamas, que se alastraram para o portão de sua casa, para a da vizinha e atingiu fiações, mas não foi o suficiente.
“É uma sensação de impotência, porque eu tinha há 9 anos, é meu meio de vida, é através desse carro que eu vivo, pago minhas contas, é o meu sustento. E ele tava queimado, e não tinha nada para fazer”, relatou.
Na manhã do mesmo dia, Isabel se viu desesperada, pois teria que levar as crianças para a escola. Ela contou que entrou em contato com os responsáveis e avisou sobre o ocorrido. Ela precisou alugar um carro outra van para continuar fazendo o roteiro e levar os pequenos que os pais não poderiam transportar.
A motorista prestou queixa na delegacia, fez um Boletim de Ocorrência e acionou o seguro, que deu um prazo de até 90 dias para resolver a situação do veículo.
Desde então, alugou uma van para fazer o serviço e decidiu iniciar uma vaquinha online, disponível para qualquer pessoa ajudar, para cobrir os custos, inclusive dos prejuízos em sua residência e na casa da vizinha, também atingida pelas chamas.
“Nos primeiros dias eu não dormia, então procurei ajuda de um psiquiatra. Não é só um veículo que queimou, são as memórias. Meu carro era todo enfeitado, feito para criança, e tava decorado para o Dia dos Pais. Nove anos de brincadeira, de suor, viraram cinzas”, desabafou. “Estou vivendo um dia de cada vez. Muitos colegas, do Brasil inteiro estão me ajudando. Pessoas que eu nem conheço, os pais das crianças, os vizinhos, para cobrir os prejuízos”, continuou.