Bocão News
O trabalho que vem sendo realizado pelas Polícias Militar e Civil da Bahia, nas investigações do assassinato da líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico, ocorrida na noite de quinta-feira (17), está sendo acompanhado de perto pelo Governo do Estado, que, na tarde desta sexta-feira (18), enviou uma comitiva para o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. O grupo também acompanhou o velório e o ritual realizado por familiares e por sua comunidade de terreiro.
O local do crime estava sendo monitorado por câmeras do Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos da Bahia, “além disso, havia uma presença constante de rondas. Mas, ainda assim, tudo isso não foi suficiente para impedir que essa tragédia acontecesse. A gente tem grande expectativa de que, com as imagens obtidas nas câmeras e os depoimentos que foram colhidos ainda na noite de ontem, a gente consiga, o quanto antes, identificar os executores e os possíveis mandantes. Nós estamos com muita expectativa de que as pessoas vão ser responsabilizadas e nós vamos poder elucidar esse crime”, lamentou o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Felipe Freitas, uma das autoridades que integraram a comitiva.
De acordo com o comandante de Policiamento da Região Metropolitana de Salvador (CPRMS), coronel Magalhães, a cena do crime, que ocorreu na casa da ialorixá, segue sendo preservada para que as Polícias Militar e Civil possam atuar nas investigações. “O objetivo é que a investigação possa ser o mais breve possível, para a gente chegar aos autores. Nós já adotamos todas as providências a nível de Polícia Militar e, para a investigação, também colocamos a nossa inteligência à disposição”, declarou o comandante do CPRMS. Além disso, seguem ocorrendo diligências policiais, testemunhas do caso já foram ouvidas e as câmeras de segurança instaladas no local e no entorno serão analisadas.
O crime
No momento do crime, a líder estava no Quilombo Pitanga dos Palmares, na companhia de três netos, dois deles menores de idade, que foram foram retirados do cômodo e levados para um outro espaço para não presenciar a execução. Os responsáveis pelos disparos chegaram ao local do crime a bordo de um motocicleta, invadiram o imóvel da vítima usando capacetes para não serem reconhecidos e deflagraram pelo menos 12 tiros de uma pistola calibre 9mm, de uso restrito.