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O relator do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, Claudio Cajado (PP-BA), reclamou da interferência política feita pelo Senado em torno do projeto. Para ele, as mudanças feitas pela Câmara Alta do Congresso estão entre os motivos que paralisaram o avanço da pauta.
“Não existia muita discussão, até porque era sim ou não nas matérias alteradas pelo Senado. Porém, alguns líderes acham que assim como o Senado tomou decisões políticas, a Câmara também deveria fazê-lo e não apenas seguir tecnicamente o relatório que nós votamos anteriormente. Então, tem quem diga que fique ruim tirar o FUNDEB [do teto de gastos], por exemplo. Tem posições que ficaram divergentes. Então Arthur Lira transferiu, a princípio, para a semana que vem. A expectativa é que ele como presidente da Câmara reúna o colégio de líderes e me chame para a gente debater essa questão do marco fiscal”, disse o deputado ao BP Money, parceiro do Bahia Notícias.
Cajado não acredita que o impasse causado pela minireforma ministerial esteja atrasando o progresso da pauta. Em troca de um apoio mais consistente no Congresso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cederá espaço na administração federal para os partidos que fazem parte do centrão.
O embarque começou na última quinta-feira (3), com a posse do deputado Celso Sabino (União-PA) como ministro do Turismo. André Fufuca (PP-AM) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) já foram indicados por suas legendas e têm a nomeação dada como certa, mas ainda não se sabe para onde vão.
“Eu não acho que essa questão do entrave político não tenha feito o arcabouço ser votado. Na minha opinião, com o término do recesso, o presidente Arthur com os líderes resolveram pautar matérias que não tivessem polêmica, não tivessem muitas discussões”, avaliou.
O parlamentar comentou que ainda não teve nenhuma conversa com o ministro da Economia, Fernando Haddad, e nem com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para discutir o assunto.
Cajado espera que na próxima reunião de líderes, ainda sem data marcada, o projeto se encaminhe para a votação.
“O presidente Arthur Lira disse que até 31 de agosto o arcabouço pode ser votado. Não definiu data, até lá pode ser qualquer dia, pode ser nessa semana como pode ser também na outra semana. Eu estou pronto com o meu parecer em cima de cada um dos itens. Quando for chamado, apresento aos líderes e a gente conclui essa negociação no colégio de líderes e parte para o plenário”.