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Nesta quarta-feira 03 de fevereiro, o jovem de 21 anos Maycon Douglas Pinto de Nascimento Adão, conhecido na internet por MC Maylon, com mais de 30 mil seguidores no Instagram, compareceu na 33ª Delegacia de Polícia do Rio (Sulacap) e registrou um boletim de ocorrência acusando o vocalista do grupo Molejo, Anderson de Oliveira, por crime de estupro.
O rapaz afirma que foi violentado pelo cantor no dia 11 de dezembro. Este colunista teve acesso exclusivo ao boletim de ocorrência e também à íntegra do termo de declaração prestado às autoridades e traz os detalhes nesta matéria exclusiva.
Segundo o Boletim de Ocorrência e o Termo de Declaração prestado por Maycon às autoridades, ele saiu de casa no dia 11/12/20 por volta das 24h. Ele narra que saiu da sua residência para se encontrar com seu patrocinador, a fim de conversar sobre sua carreira artística. O encontro teria sido marcado em um clube conhecido como Colombinos, no bairro da Taquara, onde seu empresário possuiria um grupo de futebol.
Ele conta que lá chegando entrou no carro do seu empresário, Anderson Leonardo de Oliveira, vocalista do grupo Molejo. Segundo o relato, o carro de Anderson seria uma Ranger Rover Evoque, na cor verde, e que o teor da conversa “era para resolver o problema do castigo”, no qual teria sido submetido por Anderson. O motivo do castigo, de acordo com o jovem, seria que MC Maylon teria danificado uma bota do cantor enquanto dançava em um dos seus shows, que teria sido realizado pelo vocalista do grupo Molejo.
Maycon contou para as autoridades que após o show relatou o ocorrido para esposa de Anderson, exatamente o que teria acontecido no palco. O jovem narra que, enfurecido, Anderson decidiu reprimi-lo, colocando ele de castigo. Esse castigo, segundo o jovem, seria uma censura para participar de todo e qualquer evento patrocinado por ele, e que Anderson comunicou que qualquer fato o envolvendo deveria ser comunicado diretamente a ele e a mais ninguém. Ele afirma em depoimento que foi, por este motivo, penalizado em um mês e cinco dias.
Após o fato, Anderson, segundo consta no Termo de Declaração, marcou uma reunião para revisar o castigo e conversar. Ele continua seu relato dizendo que, já no interior do veículo, Anderson teria dito: “vamos pra algum lugar comer alguma coisa e a gente faz a reunião, filho”. Ela conta que percebeu que Anderson dirigia o carro para a estrada do Catonho e acreditou efetivamente que eles iriam fazer uma refeição. Entretanto, Anderson teria o levado para um motel chamado Queen, estranhou o fato de terem entrado no local e ficou constrangido com a situação.
Segundo a continuação do relato do jovem de 21 anos, Anderson, percebendo a situação teria dito: “Calma, é uma reunião sigilosa que pode mudar a sua carreira”. A vítima afirma que nesse momento Anderson teria lhe entregue as chaves para abrir a porta do quarto, e que ele negou. O documento narra que Anderson teria aberto a porta do quarto e pediu para que Maycon entrasse logo em seguida. Na sequência, o rapaz narrou que o cantor puxou das suas mãos o seu aparelho de celular, desligou e que teria voltado a afirmar: “Calma, que é uma reunião”.
MC Maylon diz que a partir daí foi empurrado na cama e que recebeu uma ordem de Anderson para que sentasse. Anderson então teria se despido e deferido dois tapas em seu rosto. Ele conta que ficou assustado e chorou, quando o vocalista do Molejo teria dito: “Não chora seu filha da p***, sua vagabund* piranh*”. Logo em seguida Anderson teria arrancado as vestes da vítima, que desesperadamente teria dito: “Para que sou virgem”. Anderson teria respondido, de acordo com o depoimento prestado pelo jovem, que “put* não é virgem”, e depois insistentemente, teria tentando penetrar seu pênis contra a vítima.
Maycon disse em sede policial que tentou repelir Anderson com empurrões e que depois de muito insistir o vocalista “conseguiu o seu designo” e contra sua vontade o penetrou. Ele narra ainda que Anderson não usou camisinha nem lubrificante e que, por encontrar muita dificuldade para penetrá-lo disse: “Por que você que é puta, piranha, eu não consegui enfiar meu pau em você”. Seguido de novas agressões em seu rosto, a vítima contou que, já sem forças, continuava a afirmar que era virgem. Maycon continua seu relato informando que logo após terminar seu ato libidinoso, Anderson teria percebido que, de fato, ele era virgem, pois começou a sangrar bastante.
Muito nervoso, o jovem contou à polícia que desmaiou, sendo acordado em seguida pelo acusado. No momento em que ele teria restabelecido seus sentidos, teria escutado Anderson dizer: “Que merda que eu fiz”. Já recuperado, o jovem continua seu relato informando às autoridades que tentou se esquivar de Anderson novamente, porém o mesmo teria dito: “Fica aí” e continuou a penetrar seu órgão sexual até ejacular dentro dele. Em seguida, Anderson teria forçado a vítima a praticar sexo oral dizendo: “Agora você vai chupar meu pau com seu sangue e se morder eu te mato”.
Após o ato sexual, o jovem conta que permaneceu na cama, pois estava sem forças para levantar e que sentia muitas dores nas pernas e no ânus. E que nesse momento Anderson teria olhado para ele, que praticamente rastejava na cama, e disse: “Eu fui pai com 47 anos e com 48 anos eu comi um cabaço. Não sei se é sorte ou azar”, se divertindo com o fato.
Logo depois da suposta violência sexual, o jovem conta que tomou um banho, se vestiu sem dizer nada, entrou no carro e pediu para ir embora. Ele conta que insistiu para que Anderson o deixasse em Sulacap e que de lá iria pegar um Uber. Entretanto, ele conta que Anderson largou ele no meio da rua e foi embora.
Na delegacia, o jovem afirmou ter como prova uma cueca que usava e que contem manchas de sangue e que ali é identificado também vestígios de esperma deixados por Anderson. Ele contou que conheceu o vocalista do Molejo há oito meses e que havia demonstrado, na ocasião, o interesse em fazer um trabalho artístico com o cantor.
No termo, o jovem conta que Anderson teria elogiado sua voz, e que por isso teria feito com o músico um contrato verbal, pois o mesmo não costumaria contratar por escrito e que o artista teria simplesmente dito: “Vem comigo”. Na ocasião, Anderson teria se comprometido a ajudar no seu crescimento artístico. Dessa forma, ele conta que em todos os eventos feitos por Anderson, mesmo sem remuneração, ele tinha a oportunidade de abrir o evento do cantor. A seguir, uma foto do jovem realizando exames após o ocorrido no Hospital e recebendo apoio.
Maycon afirmou que é cantor e dançarino e, por isso, possui o nome artístico de MC Maylon. Ele destaca ainda que ficou tão íntimo de Anderson que o chamava de pai, chegando a ponto de tatuar a imagem do seu rosto em seu braço. Ele ressaltou que lhe causava estranheza o fato do cantor querer realizar as reuniões no interior do seu veículo sem que ninguém visse.
Ele explica que não denunciou Anderson desde a época dos fatos, por vários motivos, um deles o fato de ter ficado com muito medo de retaliações por parte do vocalista, pois afirmou que Anderson teria muito conhecimento em meio à criminosos.
Além disso, teve medo de noticiar o fato no seu meio social e familiar, por ser visto como um oportunista e não acreditarem em sua narrativa. Ele reforça que depois de muito dialogar com sua mãe, decidiu ir à polícia narrar os fatos para as medidas cabíveis.
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